Vai ao ar na noite desta quarta-feira (com repetecos até domingo), no Multishow, a entrevista que gravei com a Nove Mil Anjos, banda formada por alguns dos melhores jovens músicos do país. Champignon no baixo, Junior Lima na bateria, Perí nos vocais e Peu Sousa na guitarra gravaram um disco – o de estreia do grupo – e começam a girar o pais. Iniciaram a turnê pelo Guarujá (SP) e, assim, vão turbinando a máquina para chegarem depois do carnaval às capitais com toda a força.

Tive a oportunidade de, após a gravação do programa Bastidores, assistir a um ensaio dos caras. Impressionante. Eu já havia achado o muito interessante, muito bem produzido e com canções fortes - com letras bastante pessoais e não banais e um instrumental que é de fazer os heróis do rock se revirarem no túmulo.

- O que já era bom no disco fica ainda melhor ao vivo.

- Peu verbaliza mais o discurso do grupo, embora as letras sejam feitas por todos, e é um dos melhores guitarristas que conheci. Tem passe livre para incendiar uma Fender sem ofender a história do rock. Autor de sucessos de Pitty, ele vai voltar ao grande público com suas canções.

- O brodaço Champignon tira sons e linhas inimagináveis de um baixo da década de 60. Um músico realmente especial, que faz rocks chegarem perto dos funks e hip hops da vida sem prevenções.

- Junior, o “irmão da Sandy”, é um excepcional baterista, tem personalidade, pegada, coragem e suíngue. Levando-se em consideração sua projeção nacional, é uma cara de muita sensibilidade para fazer com que todos, ouvintes e músicos, percebam que este é o começo de uma nova história na vida dele. E que venha o novo, sempre.

- Formado na escola dos musicais teatrais, Peri foi o último a entrar na banda. Espremido num canto do estúdio, poderia estar sufocado pela parede sonora do 9MA. Mas, não, usa seu timbre, médio-agudo, para ocupar os espaços (que imaginei impossíveis de existir naquele volume de porradaria sonora) para cantar, muito bem, e nos fazer entender cada palavra das letras.

Na gravação para o Multishow, os caras haviam levado cada um cinco discos dos quais gostava, Só coisa boa, altos sons. Depois, no ensaio, busquei aquelas referências no que faziam. Encontrei muitas mas, melhor ainda, fiquei com a sensação de havia novidades para o rock naquele trabalho. Na primeira oportunidade, quero vê-los no palco.